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Inventando presentes e futuros

Seminário de Práticas Educativas fomenta diálogo entre educadores de escolas e universidades

Nesse ano de comemoração do sesquicentenário, o Colégio São Luís compreende que o momento é de abertura e ressignificação. Atendendo ao desafio de “refundar-se, sem perder a conexão com a seiva da raiz que o trouxe até aqui” – as palavras são de Pe. José Alberto Mesa, Secretário Mundial para Educação Básica na Companhia de Jesus, em visita ao São Luís, em março de 2016 –, o Colégio promoveu, entre os dias 15 e 17 de setembro, o Seminário de Práticas Educativas: + 150 Anos Inventando Futuros.

Reunindo pesquisadores, estudantes e profissionais da área educacional, o evento abriu espaço para estabelecer trocas de experiências bem-sucedidas, que respondem a questões vividas no cotidiano escolar, bem como de pesquisas nas diferentes áreas da educação.

Os 54 trabalhos apresentados foram agrupados em salas de acordo com o enfoque principal. Assim, foram debatidos, entre outros temas: práticas inclusivas, educação para a cidadania, uso de tecnologias para atender às inteligências múltiplas, desafios curriculares e interdisciplinaridade, formação integral, contribuições educacionais da psicologia e da arte.

Rafael Araújo, educador da Humanística que organizou o seminário junto com José Francisco Cabral e Caroline Freitas, entende que eventos assim são oportunidades de atualização de conteúdos e de práticas escolares. “Os projetos apresentados já foram testados e são experiências de sucesso que podem inspirar professores e professoras na sua relação com os estudantes”, diz. “O Colégio São Luís quer dar continuidade a ações afirmativas desse tipo, que promovam partilhas e reflexões entre pares, educadores do próprio Colégio e de outras instituições de ensino, jesuítas ou não”.

A abertura na sexta-feira

Na noite de sexta-feira, o Seminário foi iniciado por uma fala de boas-vindas da Diretora-Geral Sônia Magalhães, que refletiu sobre a importância de aproximar escola e universidade em busca de uma formação docente atenta aos novos paradigmas educacionais. “Gostaria de corrigir o título para + 150 Anos Inventando Presentes, uma vez que o desafio está em olhar para as nossas práticas hoje, a fim de pensar no futuro”.

Em seguida, a professora Helena Singer palestrou sobre práticas educacionais inovadoras, que conheceu e observou em sua carreira profissional e acadêmica, com passagens pelo MEC, pelo SESC e, atualmente, no Centro de Referências em Educação Integral. “Novas práticas dependem de uma nova estrutura de escola, mas a grande maioria prefere organizar suas aulas em 45 minutos e seguir uma sequência de conteúdos que não deixa tempo para que a curiosidade do aluno abra percursos de aprendizagem”, afirmou.

Provocados, os educadores presentes fizeram uma série de perguntas sobre as possibilidades e as resistências a esses modelos (confira alguns deles clicando sobre os links acima, assim como no site Escolas Transformadoras). “Os conteúdos obrigatórios não são como um gesso, sempre podemos fazer relações com a atualidade e incentivar a autonomia do aluno”, disse o professor de História do CSL Paulo Sutti. O trabalho que ele apresentou no Seminário, inclusive, fez a conexão entre o renascimento cultural e a formação das cidades, entre os séculos XIV e XVII, com as eleições municipais, ocorridas em 2016. Por meio de uma proposta casada com Português/Análise Linguística, os alunos estudaram os projetos de governo dos candidatos e elaboraram uma proposta própria, que tomou forma em um discurso político. O discurso foi gravado em vídeo e depois compartilhado com a sala. “Trabalhamos a noção de cidadania e das transformações urbanas, colocando o aluno como protagonista de um momento histórico”, observou Sutti.

Educação Moral e Grupos de Trabalho  

O segundo dia do Seminário de Práticas Educativas: +150 Anos Inventando Futuros foi iniciado pela mesa “Convivência, conflitos e valores: os desafios da escola atual”. A professora de Psicologia de Educação da Unesp Luciene Tognetta debateu o assunto com o Pe. Luiz Fernando Klein, SJ, Assessor Pedagógico da Rede Jesuíta de Educação, que trouxe a visão da Educação Moral segundo a Pedagogia Inaciana. “Foi um debate muito proveitoso”, opina a professora de Educação Física Tatiane Saes. “Padre Klein trouxe o conteúdo teórico e, Luciene, vários exemplos práticos, que nos fizeram pensar melhor em como lidar com questões de comportamento e estimular o protagonismo dos alunos”.

À tarde e no domingo, o evento seguiu com as apresentações nos grupos de trabalho, visando trocas de boas práticas e de estudos, unindo academia e escola. “Foi muito bom estar com educadores de escolas diferentes e nos perceber em sintonia”, opinou o padre Gustavo Valentim, educador do Colégio Anchieta de Porto Alegre: “Tanto as escolas jesuítas como as de fora indicam que o caminho está em colocar o aluno no centro da aprendizagem”.

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